Startup de biotecnologia produz tecido para roupas feito a partir de bactérias

O tecido é feito por micro-organismos usando recursos naturais. É a nanocelulose. A biotecnologia é uma das apostas para negócios do futuro, dizem especialistas.

Uma startup de biotecnologia produz, em um laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), roupas feitas a partir de bactérias. É um tecido feito por micro-organismos usando recursos naturais, como açúcar e água. O estudo desse tecido começou para aplicação em medicina para tratamento de queimados. Quando surgiu a demanda para desenvolver o tecido para o setor da moda, o produto sofreu adaptações na espessura.

O empresário Ricardo Amaral Remer é engenheiro químico e um dos três sócios da startup que está incubada na Coppe – Centro de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ. A produção do tecido em laboratório exige cuidado e precisão. O tecido é biodegradável e sustentável. O volume de água que se usa é muito menor do que o utilizado para fazer tecidos com algodão.

O empresário Pedro Ruffier é dono de uma marca de roupas sustentáveis, que fechou parceria com a startup para produzir duas peças – apresentadas em um desfile em São Paulo. “O que mais chama atenção é a possibilidade comercial disso”, diz Pedro.

Atualmente o tecido ainda é um pouco caro por causa da escala, mas na medida que tiver demanda, o preço tende a ficar mais competitivo para aplicações de nicho. Biotecnologia é uma das apostas para negócios do futuro, aposta a professora de uma escola de estudos criativos, Gabriela Augustine.

“Com o barateamento da manipulação das matérias e organismos vivos, a gente vai conseguindo democratizar e permitir que cada vez mais pessoas criem experimentos e inovações em cima da manipulação dos materiais, das bactérias, de diversos tipos de organismos”, explica Gabriela.

Outras tecnologias também vêm ganhando espaço: robótica, inteligência artificial e Blockchain,por exemplo. Técnicas imersivas, como realidade virtual. “É uma área que merece estudo, pois está no início ainda, mas é área promissora”, completa Ruffier.

Fonte: g1.globo.com

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